Videoinstalação que aborda questões sobre infância e diversidade volta em exibição a partir do dia 28 de janeiro, a partir das 14h, e ficará aberta para visitação até 20/12 na Casa de Cultura Rogério Sganzerla
Origem
O surgimento deste projeto teve origem em uma ideia de outro trabalho. Desde cedo, as narrativas LGBT sempre foram um tema central. Quando criamos O Peito da Pele, nossa intenção era ultrapassar os limites da tela e do espaço cinematográfico convencional. Ao retornar a Joaçaba em 2020, senti uma grande vontade de ressignificar esse lugar, repleto de conflitos, e refletir sobre a relação entre infância e ambientes heteronormativos, muitas vezes opressores.
Processo
Como parte do processo de reconexão com a cidade e de cura pessoal, busquei conhecer e me conectar com pessoas LGBT daqui, incorporando-as à comunidade. Nesse contexto, o projeto se desenhou como um encontro geracional, com o objetivo de entender as realidades da infância e as primeiras descobertas sobre a sexualidade.
Quando essas pessoas foram encontradas, o processo de criação foi compartilhado com elas. Tivemos uma fase inicial de encontros, escuta e conversa, buscando compreender essas realidades, com participantes de diferentes faixas etárias – de 16 a 50 anos. A partir das histórias compartilhadas, fomos identificando três ações por personagem que compõem o mosaico de narrativas.
A proposta de Tango foi, então, isolar essas ações, para que os significados que elas carregam no contexto infantil pudessem emergir. Na infância, essas ações ganham uma dimensão maior do que realmente têm, marcando profundamente. Buscamos pequenas ações que, repetidas, construísem o sentido da sexualidade e da identidade de gênero, sempre influenciadas pela visão da sociedade, dos pais e da família. Essas expectativas muitas vezes são irrealistas e difíceis de alcançar, refletindo o peso da pressão externa sobre os corpos e identidades.