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Keythe Tavares Revela suas Heranças e Desafia Normas em Obras Marcantes pelo Selo Rachadura Visual

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Do Cerrado às Páginas: A Artista Multifacetada Traz Poesia e Literatura que Despertam Sensações e Questionamentos

Em um mergulho profundo nas intricadas camadas de suas experiências, a artista multifacetada Keythe Tavares revela um universo poético e literário que desafia normas e resgata memórias em suas obras publicadas pelo selo Rachadura Visual. Com dois trabalhos distintos, “Heranças” e “Até o Caroço,” Keythe demonstra uma habilidade única em explorar temas complexos, desde as raízes no cerrado até as nuances do prazer e do corpo.

“Heranças”: Uma Jornada Poética pelos Detalhes Cotidianos

Em seu livro de estreia, “Heranças,” Keythe Tavares desvenda uma escrita de si que é enraizada em diferentes forças, especialmente nos discursos da igreja e na figura materna. A poeta conduz o leitor por uma viagem poética, listando os pecados um a um, convidando à reflexão e à confissão. A voz lírica, permeada pelos detalhes dos espaços e conversas do cotidiano, revela um olhar atento para os momentos aparentemente triviais, como o rosto nas tomadas, os dentes amarelados, o pão que não cresce, e a toalha com o nome bordado errado.

Keythe Tavares mergulha nas raízes do cerrado, elaborando a memória com crítica e desapego, enquanto recolhe elementos do passado com gosto e vontade. Suas cenas, influenciadas pela mãe, pai e leis religiosas, contribuem para uma narrativa que retrata uma menina crescida, capaz de enxergar tanto a graça quanto a desgraça de sua jornada.

Bianca Gonçalves, crítica literária, destaca a importância da obra ao visualizar a poeta construindo sua história com uma mistura de graciosidade e confronto com a própria herança.

“Até o Caroço”: Uma Reivindicação Poderosa do Prazer e do Corpo Sapatão

Em “Até o Caroço,” Keythe Tavares mergulha em uma obra que é ao mesmo tempo uma reivindicação do corpo sapatão e uma conversa franca sobre afetividade, amor próprio e prazer sexual. A artista desafia as estruturas heterocisnormativas e o conservadorismo religioso ao explorar as possibilidades e multiplicidades do corpo, reivindicando a potência, vitalidade e desejo que emanam dele.

A publicação é uma declaração ousada que celebra o corpo suado, cremoso, úmido e vivo. Tavares destaca que é também uma conversa sobre afetividade e amor, especialmente o amor próprio, que impulsiona a exploração do prazer em toda a sua plenitude.

Keythe Tavares: Uma Trabalhadora da Imagem e das Palavras

Além de sua incursão na poesia e literatura, Keythe Tavares revela-se uma verdadeira trabalhadora da imagem. Com uma abordagem multifacetada, ela transita pelo audiovisual, fotografia digital, analógica e colagem manual. Além disso, sua paixão pela culinária se destaca, criando comidinhas que alimentam tanto o corpo quanto a alma. Essa artista talentosa também preenche seus cadernos com poemas encantadores, e quem sabe em breve veremos um livro consolidando sua expressão única.

Keythe Tavares não se limita às expectativas convencionais, desafiando fronteiras e construindo pontes entre formas de expressão. Suas obras, publicadas sob o selo Rachadura Visual, não apenas apresentam uma narrativa única, mas também provocam reflexões sobre identidade, memória e prazer. É uma jornada artística que não apenas revela heranças, mas também constrói novos caminhos de expressão e compreensão.

Do Peito da Pele Ilumina o 11º Salão Nacional Victor Meirelles com Sua Provocação Visual

Obra de Rachadura Visual é Destaque no Renomado Salão Nacional, Retomando o Brilho à Arte Contemporânea

Após um hiato de quase 14 anos, o Salão Nacional Victor Meirelles retoma seu espaço no cenário artístico, revelando um panorama vibrante da produção contemporânea brasileira. Entre os 25 trabalhos selecionados para integrar a exposição, destaca-se a provocativa obra “Do Peito da Pele” do Coletivo Rachadura Visual, que não apenas desafia as normas estabelecidas, mas também transcende fronteiras artísticas.

A exposição, inaugurada em 9 de maio de 2022, às 19h, no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), exibirá as criações dos 25 artistas selecionados, todos contemplados com o Prêmio de Aquisição no valor de R$ 20 mil cada. Essas obras agora farão parte do acervo permanente do MASC, enriquecendo o patrimônio cultural da região.

Entre os artistas participantes, Amanda Melo da Mota Silveira (SP) com “Cosmografia” e Sérgio Adriano Dias Luiz (SC) com “Não consigo respirar” e “Pavor Negro” foram as obras que mais se destacaram, recebendo o prêmio de aquisição pela mesma pontuação e um reconhecimento especial.

A exposição, que se estende até 3 de julho de 2022, proporciona ao público uma oportunidade única de mergulhar na diversidade e criatividade da produção artística contemporânea. A entrada é gratuita, permitindo que todos tenham acesso a essa rica expressão cultural.

A cerimônia de abertura contou com a presença de renomados artistas, críticos e apreciadores da arte, destacando a importância do retorno do Salão Nacional Victor Meirelles. Do Peito da Pele, ao lado de outras obras notáveis, ilumina o evento, trazendo à tona discussões sobre identidade, religião e a experiência LGBTQIA+ brasileira.

Além da participação no Salão, “Do Peito da Pele” foi honrado em festivais anteriores, como o Olhar Film Festival, onde recebeu Menção Honrosa de Melhor Montagem, e o Festival Internacional de Cine Austral – FICA, onde conquistou o título de Melhor Experimental na Competência Regional Latinoamericana.

O evento também presta homenagens a dois artistas notáveis, João Otávio Neves Filho, conhecido como Janga (1946 – 2018), e Carlos Roberto Carneiro Asp, ou Carlos Asp (1949). Suas contribuições significativas para o cenário artístico são reconhecidas com salas dedicadas às suas obras.

A curadoria da exposição é assinada por Juliana Crispe, cuja seleção meticulosa evidencia a diversidade de estilos, técnicas e narrativas presentes no Salão Nacional Victor Meirelles. O impacto cultural e estético dessas obras certamente ecoará nas discussões sobre o papel da arte na sociedade contemporânea.

“Do Peito da Pele” do Coletivo Rachadura Visual reafirma a importância do Salão Nacional Victor Meirelles como plataforma para a expressão artística brasileira. A obra não apenas desafia expectativas, mas também contribui para uma narrativa visual que transcende as fronteiras da arte tradicional. Esta exposição é um testemunho da vitalidade e diversidade da cena artística contemporânea no Brasil.

Seja você um amante da arte ou alguém em busca de novas perspectivas, a visita ao 11º Salão Nacional Victor Meirelles é uma experiência imperdível. A exposição estará aberta até 3 de julho de 2022, proporcionando uma oportunidade única para mergulhar na riqueza da produção artística brasileira. A entrada é gratuita, convidando a todos a explorar, refletir e se inspirar.

Do Peito da Pele: A Jornada Litúrgica do Coletivo Rachadura Visual

Filme que ressignifica corpos sob o olhar da cruz cristã e desafia as fronteiras da arte LGBTQIA+ brasileira

Na confluência entre poesia, religião e a efervescente cena artística LGBTQIA+ brasileira, o filme “Do Peito da Pele” do Coletivo Rachadura Visual se destaca como uma jornada litúrgica, uma experiência cinematográfica que ressignifica corpos e desafia as imposições morais cristofacistas que cercam nossas realidades desde os primórdios da colonização.

Sinopse:

Adaptado do poema “O Que Faremos Com Ele” de Francisco Mallmann, o filme narra, quase como um ritual, as diversas alternativas que temos para lidar com Deus, caso Ele retorne. Keythe e Rudolfo, com suas infâncias moldadas em ambientes evangélicos, colocam seus corpos sob o escrutínio de uma cruz cristã, criando um altar que emula o olhar moral e punitivo da sociedade, e, ao mesmo tempo, ressignifica essa visão através da arte pop LGBTQIA+ brasileira.

Exibições e Premiações:

O filme teve sua estreia no renomado Olhar Film Festival em Santarém, Pará, Brasil, em 2023, consolidando-se como uma obra provocativa e inovadora. Ao longo de sua trajetória, “Do Peito da Pele” também foi exibido em festivais internacionais, como o Excéntrico Muestra Internacional de Pornografías Críticas no Chile, o Courts Mais Trash International Film Festival na Bélgica, o Porn Film Festival Vienna na Áustria, entre outros.

Premiações e Indicações:

  • Olhar Film Festival (2023): Menção Honrosa de Melhor Montagem. Motivação: A montagem impecável salvaguarda não apenas o cinema nacional, mas também utiliza sabiamente obras audiovisuais de terceiros para acompanhar o poema, criando um primor técnico.Comentário do Festival: “A montagem impressionante de ‘Do Peito da Pele’ representa uma salvaguarda notável do cinema nacional. A habilidade do filme em utilizar obras audiovisuais de terceiros de maneira astuta para enriquecer a narrativa é verdadeiramente impressionante, resultando em uma obra-prima visual e técnica.”
  • Olhar Film Festival (2023): Indicação ao Prêmio do Júri. Motivação: Reconhecimento à relevância cultural, memória, estética, narrativas e experimentações investigadas pela obra.Comentário do Festival: “A indicação de ‘Do Peito da Pele’ ao Prêmio do Júri é um reflexo do impacto significativo que a obra teve na abordagem corajosa e inovadora de temas culturais, estéticos e narrativos. Uma obra que desafia e inspira.”
  • Festival Internacional de Cine Austral – FICA (2020): Melhor Experimental na Competência Regional Latinoamericana. Motivação: Pela proposta inovadora e ruptura com o formato tradicional, transmitindo emoções genuínas e construindo uma obra única, original e provocativa.Comentário do Festival: “A vitória de ‘Do Peito da Pele’ na categoria Melhor Experimental é um testemunho de sua proposta corajosa e sua capacidade de quebrar as convenções do formato tradicional. O filme não apenas transmite emoções autênticas, mas sua montagem contribui para uma obra única, original e provocativa.”
  • VertiFilms Festival (2020): Menção Honrosa por Conceito-Ideia e Direção de Arte. Motivação: Reconhecimento pela originalidade do conceito e direção de arte, que contribuem para uma experiência cinematográfica única e provocativa.Comentário do Festival: “‘Do Peito da Pele’ recebe uma Menção Honrosa por seu conceito-ideia e direção de arte, destacando-se por sua originalidade e provocação. Uma obra que desafia as normas e enriquece o cenário cinematográfico contemporâneo.”

“Do Peito da Pele” não apenas desafia as normas estabelecidas, mas também abre um diálogo sobre a ressignificação de corpos e a quebra de paradigmas através da expressão artística LGBTQIA+ brasileira. Uma obra que transcende fronteiras e deixa uma marca duradoura na paisagem do cinema contemporâneo. Se interessou? Para assistir ao filme, entre em contato através do e-mail rachaduravisual@gmail.com.

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