Convenhamos, todo mundo já passou por um amor que parecia ser único, infinito e descobriu que era apenas mais uma paixão banal. Tem amores iguais em outros planos, não é nada demais, já aconteceu milhares de vezes com outras de nós.
Egoísta é um projeto que passou pela mão de diversas mulheres e cada uma, na complexidade do seu ser, colocou sua vivência e ideias nesse clipe.
O beat é uma produção de M. Boaretto e a composição é da cantautora e produtora Dayá.
Dirigido, roteirizado e montado por Keythe Tavares com animação e assistência de montagem por Magalhãez, o clipe em videocolagem mostra em vários céus as mesmas histórias.
Passam-se os anos, as estações mas as histórias se repetem. O antes e depois são mais similares que a gente imagina. Trazemos uma carga dessas histórias em nós. Somos seres compostos de diversos pedaços: bicho, planta, água, terra e coisas que a gente não sabe nem dizer de onde vem. O certo é: temos no nosso corpo vestígios do passado e do futuro. Somos a amálgama de todas as histórias de amor e ódio, tudo que já existiu e tudo que virá a existir.
EGOÍSTA
Composição: Dayá/M. Boaretto
Convenhamos, tem amores iguais em outros planos
Não é nada demais, já aconteceu milhares de vezes
Com outras de nós
Finja não me reconhecer (convenhamos)
Fujo pra não te procurar (em outros planos)
Corro pra tentar esconder (já aconteceu)
que ninguém e nenhum lugar
nada vale nada
nada vale nada
nada vale
nada vale nada
nada vale…
O que faz um amor vir a ser egoísta?
O que faz um amor vir a ser egoísta?
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Conceito do Ser
Quando estou criando personagem nas colagens, um dos pensamentos que sempre me acompanham na hora da criação é uma das reflexões elucidantes de Geni Núñez que li no instagram sobre a separação de humano x desumano como uma invenção colonial.
Geni Núñez escreve: “A criação da bizarra hierarquia entre humano-animal é inclusive parte fundamental da criação de outras hierarquias entre humanos (os animalizados x os humanizados). Esse projeto cristão-colonial que busca subjugar terras, mares, rios, (determinados) bichos humanos e não humanos precisa ser destruído. Repito, ser um entre os muitos animais que aqui vivem é uma honra. ser animal não é ofensa e ser humano não é elogio.”
O ser que flutua nos céus de egoísta é uma tentativa de remeter às cargas históricas em nós. Somos seres compostos de diversos pedaços de um monte de coisas. Bicho, planta, água, terra, magnetismo louco e uns troço estranho que ninguém sabe dizer de onde vem. O certo é: temos no nosso corpo vestígios do passado e do futuro. Somos a amálgama de todas as histórias do mundo, de tudo que já existiu e tudo que virá existir. E a cabeça de veado… é uma homenagem às viadas todas desse mundão de jah que existiram antes de nós e nos abriram caminhos até aqui.
Conceito Geral
Passam-se os anos, as estações, mudam-se os céus e as histórias se repetem. Há em outros céus as mesmas histórias. O antes e o depois são mais similares que a gente imagina.
Usando os céus como símbolo dessa passagem de tempo, um ser flutua em diferentes cenários colocados em perspectiva de céu. Ora explorando novos espaços, ora imobilizado em uma boca como uma presa que tem a morte como certa ou em paz flutuando.
Nada vale nada!
Minha seleção para essa parte foi baseada no uso de imagens com coisas e situações efêmeras.
Um gelo que se desfaz, uma maçã em processo de putrefação, uma vela e um baseado que queima, um pássaro que joga seu filhote do ninho e até uma pizza que é devorada rapidamente tudo numa pilha computadores obsoletos.
Além das flores e matos que, assim como nós, passam; nascem, morrem e retornam pra natureza num cliclo de efemeridade natural da vida representada pelos túmulos de um cemitério.
Dayá me contou que quando escreveu a letra queria dizer pra ela mesma algo do tipo: bola pra frente kerydam, não é a primeira vez nem vai ser a última nesse mundão – nada de novo sob o sol.
E assim também, quis passar essa intenção no clipe. Não sei se consegui, espero que sim risososososososo.
O que faz um amor vir a ser egoísta?
Uso imagens de predadores capturando uma presa que é o próprio ser. Uma teia de aranha que prende o ser, um carcará voa com sua presa na boca, uma baleia abocanha o ser enquanto cruza o pacífico.
Assim como a presa vê o fim da vida chegar quando nas garras de seu predador, o amor egoísta não consegue vê futuro. Não há como o amor existir sendo egoísta. Seu fim é iminente. Se é egoísta é amor?
Processos
Print de uma coisa que a dayá falou no grupo que podia ser um rumo pro clipe. mantive ela na cabeça mas acabei que fui mais literal no fim das contas.
Vídeos tentando trocar mais visualmente sobre o clipe porque às vezes é difícil pra quem não trabalha com imagens o tempo todo visualizar as coisas e acompanhar a loucura da nossa cabeça.
Primeira referência que Dayá mandou, disse que queria uma pessoa flutuando ou caindo assim no céu.
entããão, depois de algumas trocas, começou a parte da pesquisa e desenvolvimento do roteiro. acho que é a parte mais gostosa e também a que me sinto mais insegura. transformar uma conversa e uma foto de referência em um roteiro com pé e cabeça.
Dayá e M.Boaretto me deixaram livrona pra colocar minha percepção da música no videoclipe. pedi pra saber o contexto que a letra da egoísta foi feita e os pormenores que permearam a composição. aí escrevi a letra na parede e escutando a música incontáveis vezes, busquei a história do clipe no meu – pequeno e precioso – acervo de revistas. acho que foram uns sete dias diretos de pesquisa (pesquisa = sentar a bunda na cadeira e folhear revista até o olho arder).
mantendo os olhos atentos, o ouvido aberto e a cabeça mais arregaçada ainda, cheguei em algo que fazia sentido pra mim. em seguida, escrevi cena por cena o que queria de movimento das colagens e dei corpo pro roteiro.
algumas cenas tem motivo de estarem onde estão; outras, estão ali somente pela estética, que também é um motivo de se estar.
Primeiras informações base para o roteiro.
Pedaço do roteiro que ajuda nois a se firmar num rumo e não fazer a loka pirando nas ideia.
Keythe Tavares
Magalhãez
Keythe Tavares – cola y escreve
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